terça-feira, 7 de maio de 2013

Câncer peniano. Proteja-se!

Cerca de mil pênis são amputados a cada ano no Brasil por causa da doença. Cuidados simples com a higiene ajudam a evitar problemas


Um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia com base nos dados do DataSUS revelam uma realidade chocante: por ano, cerca de mil brasileiros têm o pênis amputado por causa do câncer. Contudo, o que é mais impressionante nessa estatística é que, se estes homens tivessem um cuidado maior com a higiene íntima, nada disso aconteceria.

“O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em indivíduos a partir dos 50 anos de idade, muito embora tumores malignos possam ser encontrados em indivíduos jovens. Está relacionado também às baixas condições sócio-econômicas e de instrução, à má higiene íntima”, comenta o urologista Oskar Kaufmann, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

Quem tem o estreitamento do prepúcio, conhecido como fimose, também corre riscos. “Na extremidade do pênis existe uma região mais volumosa chamada glande (a cabeça do pênis), que é coberta por uma pela fina e elástica, denominada prepúcio”, acrescenta. A prática sexual com diferentes parceiros sem o uso da camisinha é outro fator agravante para a situação.

Ao menor sinal

Examinar-se e observar alterações no órgão genital é o primeiro passo para prevenir a doença. “A maioria dos homens diagnosticados com câncer de pênis não procurou assistência médica imediata ao perceber as lesões iniciais e demorou mais de um ano para isto, o que, nitidamente, agrava o quadro clínico”, alerta o especialista.

Tem grandes chances de cura se diagnosticado em estágio inicial e para isso, é importante fazer um autoexame. “Os homens devem estar atentos à perda de pigmentação ou manchas esbranquiçadas; feridas e caroços no pênis que não desaparecem após tratamento médico e que apresentam secreções e mau cheiro; tumoração no pênis e ou na virilha (íngua); e inflamações de longo período com vermelhidão e coceira, principalmente nos portadores de fimose”, orienta.

A presença destas manifestações associadas a uma secreção branca pode ser sinal de câncer peniano. Os sintomas devem ser analisados por um médico que irá indicar uma biópsia (retirada de um fragmento) para o diagnóstico final. Outra forma de prevenção é fazer a cirurgia de fimose. É um procedimento simples e rápido, que não necessita de internação e, normalmente, é realizado na infância.

Tratamento eficaz

Para a cura, é preciso avaliar a extensão do local do tumor e do comprometimento dos gânglios inguinais. “Cirurgia, radioterapia e quimioterapia podem ser indicadas. A cirurgia é o tratamento mais realizado para o controle local da doença. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o crescimento local da doença e a posterior amputação do pênis, que trazem consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem.” A amputação pode ser parcial, total ou a retirada do pênis, dos testículos e da bolsa testicular.

Metástase em outros órgãos, podendo ou não levar a morte são algumas das consequências da doença, que leva muitos ao suicídio. Os amputados ainda podem reconstruir o pênis com tecido de outras partes do corpo depois de cinco anos da retirada e se não houver recaída. A sensibilidade nestes casos fica perdida e o efeito é estético.


 "A saúde é conservada pelo conhecimento e observação do próprio corpo." (Cícero)


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