Aquele que ama jamais se deixa mover pela aparência. Seus olhos não se
contentam com o corpo, mas se movem em direção ao espírito. O amor
verdadeiro é aquele que tem saudades. Sim, muitas saudades! Aliás, é
aquele cuja distância não altera a saudade, pois, mesmo estando
separados por alguns poucos metros ou por milhares de quilômetros, o
anseio ainda é o mesmo e igual em todas as situações.
Aquele que ama de verdade é inundado por total respeito.
O amor é tão paciente que é capaz de sentar-se solitário e se contentar
com a leve e doce lembrança dos tempos passados. O verdadeiro amor nunca
é egoísta. Ele não quer a pessoa em si, como se fosse uma mera
propriedade ou possessão; ele anseia pelo amor dela.
O verdadeiro amor faz aquele que ama notar a intenção de cada mínima
ação da sua enamorada. Sim. Cada andar, cada palavra dita ao ar, cada
movimento e cada nuance do tom de voz são logo captados e devidamente
interpretados pelo coração daquele que suspira calado. Tudo nota ao
ponto de perceber, até mesmo, um brilho menor nos olhos acompanhado de
um espírito mais quebrantado, denunciando o choro...
A única oposição que o verdadeiro amor encontra é ouvir um “não”, mesmo
que não verbalizado, daquela à quem devota sua vida. O amor é, por isso,
cheio de liberdade, cuja ação só pode ser impedida por uma das
partes...
Basta um leve sorriso ou olhar, que para ele já vale todos os tesouros
do universo ou simplesmente a presença da pessoa amada no mesmo recinto,
mesmo querendo afogá-la em meio aos beijos... O amor é tão profundo que
parece nadar para o interior dos sentimentos. O amor, tão sensível, nos
faz entender o outro; entender psicológica, emocional e
espiritualmente.
O amor é a “beleza plena”, ou seja, a formosura em seu ápice e
plenitude, pois tudo torna encantador, fazendo do dia mais frio e
nebuloso uma estação de sol e flores na alma que, mesmo com o mudar da
temperatura terrena ou o esfriar do dia, ainda mantêm quente o coração. O
amor verdadeiro torna o mundo melhor, devolvendo calor e humanidade,
mesmo àqueles que já há muito se esqueceram do que é “sentir”. É
formosa!
Pode-se dizer que o amor verdadeiro é uma caixinha de surpresas... Não
sabemos ou temos idéia do que nos reserva o futuro e, ainda assim, temos
ao menos a certeza de que, a despeito de tudo o que possa acontecer, o
amor será, ao menos, o único sentimento que nos alimentará o ser e que
permanecerá como fortaleza inespuguinável.
O amor é quieto e ao mesmo tempo barulhento. Consegue guardar calado a
verdade do que sente na alma e, ainda assim, quer sair gritando pelas
ruas, acompanhado de sinos repicando e fogos de artifício coloridos...
Às vezes, o amor faz a gente ficar esperando o momento certo de dizer o
que se sente... Mas, este mesmo amor ainda assim pode dar medo ou em nós
por temor; temor de não ser correspondido, de ser motivo de riso ou
apenas logo expelido. O amor é ao mesmo tempo corajoso e temeroso...
O verdadeiro amor não nos deixa envelhecer por dentro. Mesmo que os anos
avancem impiedosamente sobre nós, ainda assim o nosso espírito continua
a possuir o mesmo vigor e força.
Jamais lhe dá desespero, apesar da dor. O amor não é fruto da razão ou
da emoção; é algo que vai além da imanência das pessoas e, praticamente,
as faz tocar os céus!"
Isso é um verdadeiro amor
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