O cerúmen ou cerume,
conhecido popularmente como “cera” ou “cera de ouvido”, é uma secreção
de cera proveniente das glândulas sebáceas que se encontram situadas no
canal auditivo externo, denominado de meato acústico externo é produzido
em pequenas quantidade, e sai espontaneamente. Têm função
antimicrobiana, decorre do seu pH ser levemente ácido, eliminando grande
parte das bactérias aeróbicas.
Algumas pessoas produzem essa secreção oleosa em grande quantidade, sendo umas das causas mais prováveis o excesso de limpeza
e alterações do organismo da pessoa que influenciam na fisiologia da
produção do cerúmen, criando um tampão que pode levar a surdez se não
removido por um especialista.
O canal auditivo contém uma variedade de estruturas especializadas
que atuam em conjunto para produzir o cerume. Principalmente secretados
pelas glândulas ceruminosas – cerca de 1.000 a 2.000 glândulas apócrinas
tubulares e retorcidas estruturalmente semelhantes a glândulas
sudoríparas apócrinas das axilas. Essas glândulas produzem peptídeos,
onde a abertura das glândulas sebáceas no folículo piloso do canal
secretam ácidos graxos de cadeia longa saturados e insaturados, escaleno
e colesterol.
O alinhamento das células epiteliais do ouvido externo são
virtualmente idênticos àqueles na superfície da pele. Assim, elas passam
por um processo previsível de geração, migração para a superfície e
eventual saída. Quando isso ocorre na pele externa, as células simplesmente
caem. Entretanto, no ouvido, existe menor oportunidade para elas serem
escoadas. Ao longo, essas células descamadas tendem a se acumular em
camadas no canal auditivo, se tornando 60% do peso total do cerume. O
cerume também contém lisozima, uma enzima antibacteriana capaz de
destruir parede celular das bactérias. A genética confere uma diferença
significativa no tipo de cerume. Caucasianos e afro-americanos possuem
um cerume que é descrito como um tom leve de marrom escuro, pegajoso e
cremoso. O cerume de asiáticos e nativos americanos é cinza ou bege,
quebradiço e seco, devido a baixas quantidades de lipídios e pigmentos
granulares.
O Cerume possui muitas propriedades úteis para o ouvido. Ele fornece
ao canal auditivo externo uma barreira protetora que cobre e lubrifica o
canal. Sua natureza pegajosa aprisiona objetos estranhos, prevenindo
contato direto com diversos organismos, poluentes e insetos. O Cerume
possuí também um pH ácido (entre 4 e 5). Esse pH é desfavorável a
organismos, que pode ajudar a diminuir o risco de infecção do canal
auditivo externo.
O cerume pode ajudar a diminuir o risco de otite externa
aguda difusa. Nesta condição, o paciente sofre uma quebra na epiderme do
canal auditivo externo, frequentemente associada a métodos de limpeza
auricular inadequados, como o uso de escovas,
lápis, chaves e assim por diante. Se não existe uma camada de cerume
protetora, organismos podem infectar a área. Os mais comuns são
Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus. Se a umidade e temperatura
forem propícias ao crescimento de organismos, o paciente irá desenvolver
otite externa aguda difusa, também conhecida como Ouvido de Nadador.
A remoção do cerume pode ser perigosa, principalmente se métodos inseguros forem utilizados.
A cera de ouvido é uma importante
defesa contra infecção. Sua remoção constante compromete a integridade
das defesas do ouvido contra infecções e pode contribuir para o acúmulo
de cerume, levando a dificuldades de audição.
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